quinta-feira, 5 de julho de 2012

Memórias na estante



Buscando explicações...
Buscando esquecer...
Buscando aprender...
Buscando não doer.

Ninguém explica nada.
Ninguém esquece nada.
Ninguém aprende nada,
Se não na dor.

Dor... Conviver...
Conhecer...
Contrair... Distrair...
Definir...

Tento limpar a cabeça...
Esquecer lembranças...
Lembranças não se esquecem.
A dor, não se esquece.

Não se limpa a cabeça de lembranças,
Como se limpa uma estante de livros.
Não se tira a poeira da memória
E deixamos apenas os livros.

Doe...
O tempo ameniza
Como se eu escondesse
A poeira embaixo do tapete...
Mas ela continua lá... Doendo.

Por: Eduardo H. Martins
Em: 05/07/2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vita Brevis




 
Tudo o que preciso tenho ao alcance de minhas mãos,
Toda fé de minha alma, fora corroída pelo vinho,
Minha vergonha talvez seja minha maior virtude,
Leito de quem já não faz diferença.

Deixo ao encargo dos “amigos” contarem minha jornada,
Se um dia servir de exemplo de como não se vive uma vida.
Não quero discípulos, não quero ser lembrado,
... Derrotas, putas, embriagues... Memórias tristes.

Tenho da vida tudo ao meu alcance...
Agora que o jogo parece ter terminado,
Como em uma partida de xadrez,
Declino gentilmente meu “rei” em sinal de derrota.

Como um bom cavalheiro aceno a cabeça,
Como quem diz: “Até breve”
Mais um gole de uísque... Um trago no cigarro...
Enfim a vida me venceu, mas depois de uma árdua batalha.


Por: Eduardo H. Martins
Em: 08/06/2012


terça-feira, 13 de março de 2012

Tudo Igual

Acordo, levanto, penso, lamento.
Bebo, fumo, falo, experimento.
Sinto, escrevo, diminuo.
Às vezes desdenho, às vezes incluo.

Fazer, achar, conjecturar.
Por vezes, me ressentir.
Amar, aceitar, rezar.
Crer, refazer e concluir.

Tanto tempo e tempo nenhum,
Um café demorado,
Desesperei mais um,
Desperdiçando... Desperdiçado.

Falo com quem não preciso,
Faço o que não quero,
Sorriso, meio indeciso.
Digo que não erro.

Permito-me dizer deslize,
Arrogante? Talvez!
Aguardo alguém que me avise,
Que posso pelo menos uma vez.

Por muito tempo vivo com algemas,
Castrado, obsoleto, esquecido.
Juntei-me a algumas centenas,
Vivo e morto.

Amanhã começa tudo de novo,
Acordo, levanto, penso...
Inicio outro dia igual à ontem,
Por isso o inferno não seria má ideia.

Por: Eduardo H. Martins
Em: 14/03/2012